A partir do encontro do dia 12/07, conseguimos organizar 10 pontos principais de discussão sobre a duplicação da rodovia que liga São João da Boa Vista e Águas da Prata.
Interaja, faça seu comentário e leve esse debate adiante!
1.Acesso ao Mantiqueira
A segunda entrada em São João, vindo da Prata, acontece depois da primeira possível avenida de acesso à cidade, a Avenida Elias Tavares Pinho, larga e apropriada ao trânsito – que não será utilizada como acesso.
E se...
Essa saída da rodovia fosse antecipada alguns metros, aproveitando a primeira avenida mais propícia ao trânsito de veículos?
2. Acesso do Solário da Mantiqueira e Recinto de Exposições
O bairro Solário da Mantiqueira e adjacentes, atualmente em desenvolvimento e ampliação (que tem até um parque ecológico); e o Recinto de Exposições (EAPIC) não terão conexão direta com a cidade do outro lado da rodovia. Todo o fluxo saindo dessa área deverá pegar a rodovia sentido Prata, fazer o retorno no trevo em frente à fábrica de barbantes, podendo entrar no trevo ou voltar até a entrada em frente ao bairro (misturando tráfego local e rodoviário) ou atravessar diversos bairros voltando até o novo viaduto na altura da Av. Brasília.
E se...
Houvesse uma “alça” viária ligando o bairro do Solário do Mantiqueira ao Jd. Santarém? Que passasse por cima da estrada, mantendo o trânsito da cidade separado do rodoviário. Ali também poderia haver uma passagem para pedestres.
3. Bairro Alegre e adjacentes; alça viária de Águas da Prata
Como não será realizado o trevo no acesso mais utilizado atualmente para ir de São João para a Prata, através dos bairros da antiga Fazenda do Alegre (Bairro Alegre, Jd. Sol Nascente, Jd. Pousada do Sol e Colinas do Alegre), estes ficarão “isolados” possivelmente sofrendo com a desvalorização dos imóveis, redução da atividade comercial e do potencial turístico. Vale lembrar que o Bairro Alegre é tombado como Patrimônio Histórico Cultural pelo município.
Para ir para Águas da Prata a partir dos bairros anteriormente citados e dos adjacentes (Recanto do Lago, Jd. Dos Eucaliptos, Condomínio Vista da Serra) será preciso retornar até o trevo em frente à Fábrica de Barbantes para então fazer a volta e prosseguir em direção a Prata.
E se...
Fosse mantido o acesso através dos bairros da antiga Fazenda do Alegre, conforme previsto no Plano Diretor?
O projeto de alça viária que desviará o fluxo do centro de Águas da Prata, ainda em fase de execução, prevê que o começo da alça se dará exatamente nesse ponto, onde o trevo não será feito. O trevo poderia facilitar a saída para essa nova alça viária.
Além do que dessa forma todos os frequentadores de propriedades no lado contrário da rodovia (sentido São João – Prata) não necessitariam ir até a Prata para fazer o retorno e voltar para a cidade à cada vez que fossem para São João, evitando o fluxo de muitos veículos na rodovia.
4. Acesso às propriedades na beira da rodovia
A maioria das entradas das propriedades que beiram a rodovia (fazendas, sítios e outros), serão bloqueadas. A solução prevista na maioria dos casos é a utilização de estradas de terra, sendo algumas inexistente, algumas sugeridas em áreas de APP e atravessando propriedades particulares, algumas transferindo trânsito pesado para áreas urbanas. Como, por exemplo, o acesso de uma fazenda produtora de cana-de-açúcar através da estrada de terra que passa pelo bairro Vila São Paulo de Águas da Prata.
E se...
Fossem criadas rodovias marginais interligando as propriedades e garantindo o direito de acesso. Seria preciso considerar a real viabilidade da construção de novas estradas (segundo a legislação ambiental) e a particularidade de cada propriedade.
Em alguns casos a solução pelas estradas de terra seria viável, para isso seria preciso um estudo apontando levantamento preciso.
5. Rotatória em Águas da Prata; aumento das distâncias
A rotatória em elipse projetada na entrada de Águas da Prata acontece em um só nível e em pista dupla. O cruzamento de automóveis em alta velocidade, logo antes do afunilamento da rodovia (ao entrar na cidade), poderá aumentar a probabilidade de acidentes.
Este é o único retorno possível para São João de todas as propriedades do lado direito da estrada, localizadas após o trevo da fábrica de barbantes. Nesses casos, o trecho a ser percorrido para ir a São João será de aproximadamente 12km.
E se...
A rotatória feita em dois níveis seria provavelmente uma maneira mais adequada e segura de lidar com os cruzamentos que acontecerão nesse trecho em diferentes velocidades.
Sendo mantido o projeto atual, seria interessante que fosse apresentada a solução encontrada para conciliar as diferentes velocidades de fluxo como, por exemplo, a instalação de radares que reduzam a velocidade dos veículos antes de chegarem à rotatoria.
6. Tráfego lento (pedestres/ciclistas/cavalos...) e turismo
O tráfego lento (pedestres, ciclistas, carroças, cavaleiros e animais silvestres) não foi considerado. O acostamento da rodovia é intensamente utilizado por esse tipo de tráfego, devido à proximidade entre as duas cidades (sendo inclusive que o bairro sanjoanense Jd. das Paineiras encontra-se na entrada de Águas da Prata). A não observação desse importante fluxo poderá ocasionar o uso indevido da rodovia após a duplicação e o risco de graves acidentes.
Além disso, a travessia da rodovia não está previsto fora da área urbana consolidada, tanto para animais silvestres quanto para moradores de fazendas que não estejam em veículo próprio.
E se...
Houvesse uma via turística, de trânsito lento, ligando as duas cidades?
Essa poderia prever uma ciclovia, caminho para pedestres e eventualmente transportes lentos. A via, prevista no Plano Diretor, em conjunto com a reativação da ferrovia para trens de passageiros, poderiam formentar o crescimento do turismo na região, além de garantir a segurança.
Poderia também haver travessias ao longo da rodovia (suspensas ou subterrâneas, assim como corredores verdes para os animais. Afinal, não foi considerado no projeto que a área urbana da cidade se extende ao longo da rodovia até quase Águas da Prata. E que o crescimento da cidade se faz de forma acelerada.
7. Plano Diretor
O Plano Diretor de São João da Boa Vista não foi levado em consideração durante a elaboração do projeto. Com isso, muitas das diretrizes ficarão inviabilizadas. Por exemplo, não foram consideradas as Áreas de Intervenção Viárias que marcam pontos importantes, como o encontro de vias principais e a rodovia:
Lei Complentar no 1926, Art. 70 – Para assegurar as interligações entre as vias urbanas e as vias Principais (VP), são declaradas Áreas de Intervenção Urbana as seguintes, indicadas no mapa MPD-04 (Anexo VI), que faz parte integrante desta lei: (...)
XV - AI 15 – cruzamento da Rodovia SP342 com o córrego do Solário da Mantiqueira (local para fazer retorno da rodovia); (...)
XXIII - AI 23 – encontro da VP9 [Estrada Velha Águas da Prata] com a rodovia SP342; (...)
XXV - AI 25 – encontro da VP22 [R. José Alfredo de Almeida] com a rodovia SP 342;Ou ainda, quanto aos pólos que regulam o crescimento da cidade:
Art. 49 – Os pólos de desenvolvimento são os mencionados abaixo e caracterizados no MPD-05 (Anexo VII), que faz parte integrante desta lei: (...)
I - Pólo nº 02 - Saída para Águas da Prata (Bairro Alegre): num círculo que tem como centro o encontro da Avenida de Acesso ao Bairro Alegre e Rodovia SP-342. Esta região como toda a margem da Rodovia até o Município de Águas da Prata deverá restringir sua ocupação para atividades ligadas ao desenvolvimento turístico da região como, por exemplo: restaurantes, hotéis, pequenos centros comerciais para artesanatos e bares, lojas de conveniências, postos de abastecimento e serviços e comércio em geral. (...)
VI - Pólo nº 06 – Estrada Rural da Fazenda Aliança. Esta região deverá restringir sua ocupação para atividades ligadas ao desenvolvimento turístico da região como, por exemplo: restaurantes, hotéis, pequenos centros comerciais para artesanatos e bares, lojas de conveniências, loteamentos de chácaras para turismo e lazer e agro-indústria.E se…
O Plano Diretor fosse observado, trazendo alternativas e balizando escolhas que não impliquem em barreiras ao projeto de desenvolvimento previsto?
8. Defasagem, adequação, comunicação
Considerando-se que esse projeto foi realizado há 14 anos, durante a gestão do governador Mário Covas, a execução está sendo realizada sem adequação do projeto às mudanças ocorridas durante esse período; e sem comunicação devida com a população. Não houve recentemente audiência pública ou qualquer preocupação com divulgação. Por essa causa o projeto não foi debatido: os moradores envolvidos ficaram cientes das modificações há apenas 3 meses, quando requisitaram o projeto à Renovias (não sendo atendidos diretamente, mas após manifestação via rádio). Como resultado, por exemplo, muitos dos proprietários de áreas beirando a estrada ainda não sabem que suas entradas serão bloqueadas.
E se…
Fossem feitas Audiências Públicas e outras formas de apresentação e discussão do projeto junto à população afetada?
Por exemplo: a passarela, já em funcionamento, localizada em frente à Av. Oscar Pirajá Martins foi adicionada recentemente ao projeto. Porém, não leva os pedestres à um local seguro, pois ao invés de auxiliá-los na travessia das 4 pistas (marginais e pista dupla da rodovia), atravessa apenas a rodovia. Os pedestres devem atravessar faixas de pedestres para completar o trajeto, sendo as marginais largas e de fluxo intenso – opinião de um usuário das passarelas.
9. Comércio
Comprometimento dos pontos comerciais presentes ao longo da rodovia, no Bairro Alegre e adjacentes por terem seus acessos dificultados.
E se…
As modificações propostas levassem em consideração a valorização do comércio local, assim como as outras atividades existentes e previstas no Plano Diretor?
10. Meio-ambiente
Grandes impactos ambientais. Tanto os causados com a duplicação da rodovia (corte de árvores importantes, ausência de projetos relativos à fauna local); quanto os futuros impactos gerados pelo aumento das distâncias e inviabilização de transporte não motorizado (emissões de CO2, dentre outros).
E se…
Fosse apresentado à população o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) do projeto da duplicação e o projeto de compensação ambiental proposto, indicando as áreas de replante previstas? Afinal a cidade sofreu a perda de árvores significativas, que devem ser justificadas e repostas.